sexta-feira, 31 de agosto de 2007

MULTICULTURALISMO POLITICAMENTE CORRETO NO GINÁSIO

“Já reparou na inocência cruel das criancinhas?”
(Cazuza)

Na classe multiculturalista da quinta série o menino católico diz ao menino muçulmano:
- Seu pai é tarado, Bin Laden. Casou com quatro mulheres.
- Que é isso Juninho, respeite o multiculturalismo. - repreende a professora paulofreireana.
- Não respeito tarados. Meu pai só tem uma mulher.
- Tem razão, o homem só pode ter uma mulher – colabora o judeusinho.
- Cala a boca, Big Nose, a conversa não chegou no chiqueiro. – ataca novamente o católico
- Estúpido!
- Assassino de Cristo.
- Não fui eu que matei Cristo. Não existe culpa coletiva, né professora?
- É verdade, também não existe o pecado original – diz o muçulmanosinho meio chorando, timidamente.
O protestante resolve meter seu bedelho para provocar o católico:
- Tarado por tarado eu ainda prefiro o pai do Murramede, pelo menos ele só transa com as mulheres dele, enquanto os padres transam com criancinhas.
- Idiota! Seu pai é que é tarado, pega metade do salário dos fiéis e vai pra Miami andar de iate com um monte de prostitutas.
A professora está atônita, não sabe como encerrar a discussão. A coisa parece piorar.
Um menino baiano do afoxé filhos de Gandhi quer se meter:
- Que é isso meninos, precisamos é de paz. Jesus é lindo, Maomé é lindo, Martim Lutero é lindo. É tudo a mesma coisa...
- Hare Krishna maconheiro – alfineta outra vez o catolicosinho cada vez mais irado.
- Grande Inquisitor! – grita um menino lá no fundo para a surpresa de todos, pois nunca antes tinha aberto a boca em sala de aula. Era um cristão ortodoxo dostoievskiano.
- Dostoievski comia criancinha – invectiva novamente o católico. Era, de fato, o mais envenenado.
- Comunista é que come criancinha. Dostoievski não era comunista. – diz o ateusinho liberal randiano.
- Você não leu O Capital. Marx não mandava comer criancinhas. – tem sempre um marxista na classe, é claro.
- Burros! Não é disso que eu estou falando. Se vocês bem me entenderam eu não falei que Dostoievski comia criancinhas pela boca, assim ó. Quem come criancinha assim é o pessoal desse índio aí. Vai vestir uma roupa decente rapaz! – volta à carga o católico.
Neste instante, um menino asmático e raquítico que tivera icterícia na infância se levanta e, manquitolando, vai até à frente. Quer matar a discussão:
- Na verdade todos aqui é que são idiotas, são todos fracos. Religião é moral de rebanho. Eu é que sou o super-homem e não acredito em nada disso.
A classe toda cai na gargalhada. A professora está quase em desespero. De repente, soa o sino do recreio e sai todo mundo para jogar pelada no pátio e acaba a discussão.
- O negão vai pegar no gol no meu time.
- Afrodescendente, afrodescendente, Juninho! – corrige a professora.

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